Pindamonhangaba: um Ano De Noviciado (1960) – Lorena: Quatro Anos de Faculdade
Deixando o Altar todo Amarelo
Noviciado foi um ano de preparação para fazermos parte da Congregação Salesiana. Em 31 de janeiro de 1960 fizemos votos de pobreza, castidade e obediência, por um período de três anos. No dia 19 de março, recebemos a batina que daquele dia em diante passaria a ser nosso hábito diário.
De Pindamonhangaba lembro-me que como encarregado de cuidar do altar por um mês, fiz uma arte. Era agosto, época em que o ipê amarelo dá sua florada tão bela de um amarelo tão vivo que até faz arder os olhos. Acontece que no fundo do terreno do colégio havia um enorme ipê amarelo todo florido. Diante daquela maravilha extasiante não pensei duas vezes. Peguei um monte de pencas de flores e deixei o altar todo amarelo. Coisa mais linda: o Criador e sua obra.
Fachada da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras.
Vista interna da Faculdade.
A Faculdade
Depois de passar um ano (1960) em Pindamonhangaba fazendo o noviciado (ano preparatório para ingressar na vida religiosa salesiana), fui para Lorena. Lavrinhas, Pindamonhangaba e Lorena situam-se no estado de São Paulo no Vale do Paraíba, um belo vale (na verdade uma depressão tectônica) situado entre as majestosas serras da Mantiqueira e do Mar.
Em Lorena, durante três anos e meio fiz o curso superior de História e Geografia na Faculdade Salesiana de Filosofia, Ciências e Letras de Lorena. Já nessa época estava traçado o meu destino: conhecer, cuidar, proteger e amar o nosso querido planeta azul. Junto com o curso de História e Geografia, fiz o curso de Filosofia, Psicologia e Pedagogia. Esses cursos eram uma preparação para exercer o magistério, profissão que assumiríamos a partir de então. Em Lorena, a velha caneta de pau e a caneta tinteiro aos poucos foram sendo substituídas pelas canetas esferográficas que nessa época começavam a ser fabricadas no Brasil. Meu livro A turma do estojo é uma singela homenagem ao lápis e à caneta. Pelo tanto que usamos esses instrumentos achei que seriam dignos de uma homenagem: escrevendo uma história para eles: A turma do estojo.