O Coroinha

Como no colégio havia também uma igreja, fui convidado pra fazer parte do grupo de coroinhas. Ajudava na missa e nas rezas diárias. Eu era o responsável de buscar a brasa na casa da dona Elvira e do Senhor João para colocar no turíbulo usado na cerimônia. Eu gostava de sentir o cheiro do incenso. Todas as tardes tínhamos aulas de catecismo. E depois, futebol com bola de capotão (de couro) e uniformes de times, num campão de terra vermelha. Minha posição geralmente era de zagueiro e às vezes de goleiro. Os padres me ensinaram a fazer malabarismo na barra de ginástica e nos empurrava no balanço. Também nesse colégio que que cuidei do canário do reino preso na gaiola que pertencia ao clérigo teólogo Agostinho Pitta. Durante o tempo todo éramos cuidados com muito carinho pelos padres salesianos. Nas aulas de catecismo ganhávamos fichas que valiam pontos e que ao final do ano eram revertidos em prêmios: brinquedos, tecidos e quinquilharias.

Foi numa dessas premiações que escolhi uma gaitinha que com persistência aprendi a tocar de ouvido, sentado na mureta da área da casa em que eu morava. Quem mais gostava de me ouvir tocando era minha irmã Lina, que morava em Angatuba, SP.

Foi também nesse colégio que fiz minha Primeira Comunhão e recebi o sacramento da Crisma. Dos salesianos com os quais convivi nesses três anos incompletos, lembro-me dos padres Luís Gonzaga, padre Oswaldo de Andrade, padre Carlos Senno, padre Francisco, clérigos Agostinho Pitta, Fernando Legal, Hermínio Zonta e os irmãos religiosos Celestino  Nard e Emiliano. Alguns eram também nossos professores. Foram anos muito felizes.

Em todos os dias 24 de cada mês, o pai mandava rezar uma missa em homenagem a Nossa Senhora Auxiliadora.