Nando e suas Artes

Acho que não fui um menino muito arteiro.

Mas vamos lá.
A única vez que apanhei de varinha do meu pai foi quando fui nadar num rio. Se eu chorei ou não, não me recordo, mas que deve ter doído, ah, isso sim. Hoje dou razão a ele até porque a morte por afogamentos é segunda maior causa de mortes de crianças e jovens no Brasil. (Dezesseis pessoas morrem por afogamento no Brasil por dia).  Outra vez eu nadava numa lagoa com alguns colegas, quando um deles tirou para fora da água um esqueleto. Assustados e sem saber do que era, saímos em disparada. Outras artes que eu fazia: pular o muro da casa onde moravam algumas irmãs solteiras da família Frezarim, uma casa defronte a nossa, pra pegar goiaba; fumar cigarrinho que a gente fazia com galhos secos do pé de bucha vegetal; comer manga verde com sal; bagunçar o quintal quando brincava. Quando comíamos coquinho e pêssego, a gente quebrava o caroço com uma pedra pra comer a amêndoa que existe dentro do caroço.